Livro (PDF): "OS FANTASMAS: O caixeiro Viajante (Conto Promocional)"

O FANTASMASAprisionado em uma encruzilhada da rua Preta, como se fosse em uma garrafa, há pelo menos; trezentos e cinquenta anos a fio: o jovem caixeiro viajante; que em vez de vender; contara mesmo era histórias a sua própria sombra, que reproduzira a outras sombras, espectros das histórias, grandes e pequenos contos causos de assombração; Simão Lutero Rodrigues é finalmente libertado, mas tem uma grande surpresa ao descobrir algo pra lá de bizarro, e constata que nada era como na época da lendária fazenda Caruá, lá na baixada das Caruaras, era não contemporânea, e sim quase de um futuro. Pois tudo estava destruído, retorcido. O jovem ocultista e vampirista Fenaco Botão e Preto Caveira, (magista) Ambos em um ritual de magia pesada, (goetia) o libertara. Porém com um preço astral ficara aprisionado outra vez em ambas as auras. Logo percebera que a violência está mais próxima do que pensa; em uma visão “Teslapunk” a gama rica da cidade construíra um luxuoso ajuntamento de dez quarteirões formando quase uma micro cidade, com a sua recém-criada guarda privada “Guarda ou Guardiões do Monte ”. Ninguém por lá pisava. Talvez seja tarde demais para uma reação ou não? Em uma Caruaru inchada, de meados do século vinte e um, território que abrangia das adjacências do Monte Bom Jesus e suas antenas gigantes, bombardeadas, entulhadas em uma enorme bola de ferro contorcido até os confins do parque dezoito de Maio, (Local da feira de Caruaru e da feira da Sulanca) e mediações. Os trezentos e sessenta e cinco degraus esbranquiçados, intactos, cidade “siber punk” violenta que cresce a cada dia, Caruaru dos músicos alternativos e do Pife. Caruaru dos cheira cola e dos exércitos de noiados organizados, e também dos artistas de rua, vendedores de flores, trabalhadores dos sinais de trânsito. Caruaru dos poetas e poetisas marginais ou independentes, (…). Caruaru dos grandes agentes políticos. Caruaru de toda essa gente. Caruaru mal-assombrada. Ou o agreste das almas.OS FANTASMAS(O espectro das histórias)Terras da Fazenda Caruá, (...) trezentos e quarenta e nove anos atrás. Território quase de ninguém, agreste meridional as margens do rio Ipojuca." Isso é uma terra lascada sem futuro, oxe! Quase que maldita "!Pensa o caixeiro Simão Lutero Rodrigues, mala na mão esquerda puxando um burro mineiro com pernas mecânicas e uma carga de ‘cangaia’, pelo “cabresto”… a caminho do Alto do Moura, (…) casa de Zé dos Morcegos...-Isso aqui é um assalto seu caixeiro, passa tudo aí dentro dessa mala aliás; me passa a mala. - Disse um dos salteadores lhe apontando um facão bem na cara, ali na estrada da rua preta. Não ficara ninguém; todos e todas correra... e mais correria.-Não tenho nada para vosmecê levar.-Cale-se maldito! Ou vou cortar em pedacinhos, vou arrancar a sua cabeça do seu pescoço. vosmecê vai virar fantasma, seu peste. -Retruca o salteador já lhe dando uma naifada. Era Rato da feira, Conhecido e temido salteador, ex cangaceiro expulso do bando, (Fora acusado de vários estupros), Acusado também pelo comissariado de vários assassinatos nas costas. "botara o pânico na região",o terror dos mascates e das feiras.-Calma! Calma! Eu darei tudo a vosmecê... -Disse o jovem e sonhador Simão lhe estendendo a mão nervosa para entregar a mala de médio porte.O burro ainda levara mais duas grandes malas como ‘cangaia’. Sempre afastado como se não pertencesse ao cenário, mais uma cachorra alvinegra com o rabo sempre balançando e o focinho direcionado para o chão, como se sempre estivesse procurando algo para comer.A noite corria como uma sombra... o candeeiro a gás. Na mesma rua da antiga 'ponte de canos ou ponte do cano'. Que levara a nova fazenda Petrópolis.Mas tremia como vara de bambum.A mala foi ao chão de terra batida.A lama refletia outra Caruaru do passado das almas-perdidas. Dos poemas declamados por Lirios, mendigo e poeta do passado. Dos discursos de Luiz do Ovo e Carlos libertário.Leia mais